Carta Pública - Irmão Ramatis
Muitos podem estar se perguntando por que eu, Ramatis, procurei um médium desconhecido que não possui vínculo com nenhuma casa editorial, de sorte que seus trabalhos de psicografia tendem a ficar sem mercado.
A resposta passa pela pergunta: O que é o mercado editorial espírita?
Evidente que falamos de comércio, não há como negar. Se não fosse, os livros seriam distribuídos gratuitamente, não vendidos. E, além disso, há todo um mercado de profissionais da indústria literária envolvido. Há pagamentos e comissões. Portanto, o mercado editorial espírita também é um comércio.
Atualmente, os empresários, donos de editoras e os próprios editores enxergam os espíritos comunicantes como marcas. E na impossibilidade de registrar tal marca e garantir que ela apenas lhe sirva, criam um sistema que trava ao máximo que os espíritos tenham liberdade de expressão, impedindo que obras ditadas por tais espíritos venham a público, quando trazidas por outros médiuns que não sejam os habituais, estes sim, contratados.
Sendo mais claro, o mercado editorial espírita procura vincular espírito e médium, impedindo ao máximo que o espírito procure outro médium para expressar-se. Evidente que isso acontece, mas é pouco.
Posso afirmar que muitas obras tiveram o nome do espírito comunicante alterado, apenas para conseguirem ser editadas, pois que o nome do espírito já estava vinculado a outro médium, de outra editora.
Isso é um monopólio. Isso é uma tentativa de limitar a ação dos espíritos. Os espíritos não são marcas registradas de ninguém. Não pertencem a ninguém. Podem buscar outras opções que lhe forneçam melhores ou diferentes condições de trabalho.
É preciso que se entenda que não há nada de errado em um médium trazer informações de qualquer espírito conhecido do público, desde que tenha condições morais para isso e que exista um motivo justo.
Nos dias de hoje, o atual mercado literário espírita faz os espíritos comunicantes de reféns. E, muitas vezes, as obras não contêm todos os seus pensamentos.
Os espíritos são parte da criação Divina, do sonho de Deus. Por isso, estamos aqui para ajudar a todos, sem distinção. Não somos marca ou propriedade exclusiva.
Por esses motivos, procurei um médium desconhecido, sem vínculo com editoras, mas que possui interesse em distribuir gratuitamente as obras, frutos de seus trabalhos em psicografia. E assim o fiz para mostrar que é possível espargir as mensagens sem ficar preso ao mercado repressor, que é atualmente o mercado editorial espírita.
Convido os leitores a participarem deste movimento de libertação. Não desejo ser contra as editoras, mas desejo que sejam mais uma opção, não apenas a única, como atualmente se dá.
Desejo convidar novos médiuns, capazes como este que me sirvo, e que igualmente não possuem vínculos com editoras, para tomarem parte neste projeto. Desejo convidar outros espíritos comunicantes que se sentem como eu, a tomarem parte neste projeto.
E, finalizando, trago comigo, para assinar conjuntamente esta carta, um amigo de longa data, que certamente emprega grande peso a estas linhas.
Com respeito a todos,
Ramatis
Hermes Trimegisto
Rio de Janeiro, 08 de abril de 2014